quarta-feira, 16 de março de 2011

Tá.

Como quando tinha saído da casa do pai usando os novos óculos e relógio branco que ganhou no natal, senta ela e começa a contar o que tinha acontecido naquele dia. Tinha tido um pesadelo onde aquele que não merece citação lhe mandava embora e ela ia. Ia embora e chorava para uma casa toda feia e toda suja, onde todas as paredes pareciam más, e onde o quintal parecia uma versão portoalegrense de Metrópolis, com novos prédios altos e sujos e onde ela morava só.
Começa a insatisfação ao despertar pela escolha que o pensamento fez de com quem se sonha. Com tanta gente!, tanto índio (ai que dor!), tantos braços fortes... logo com ele, para quem ela já não tem mais paciência (admitindo para si que sempre achou seu sorriso feio, com aquela curva dos dentes e da boca que lhe conferia um aspecto de boneco). Logo com isso, que não importava mais.
Mas tá.
Passou o dia com cara jururu "meio assim". No fim da tarde corta o cabelo: é "moça solteira dona do nariz". Volta pra casa, e ama o cheiro e som das tábuas do chão.


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