sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Porque é preciso.

Se bem me lembro, foram três as coisas que te disse, me fazem feliz:
1º)Me sujar
2º)Me molhar
3º)Andar com tecidos pendurados e fantasias, quando em casa.
Eu fui criada cigana, barraca e lençol.
Hoje andarilha, corro para ir, corro pra chegar.
Sozinha, acompanhada, com sono, pressa ou simplesmente saudade.
Do sorriso, e do encaixe do teu corpo no meu.
...
Vou te mandar pedaços de minhas unhas (as que corto), pelo correio.
Quando abrires a caixa e deres de cara com pedaços meus, saberás que me tens.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

De Shakespeare ao Lobo mau.

Corta, recorta, corta de novo e cola.
Ele foi embora, mas ficou, ela ficou, mas foi embora com ele, surpresa que esta com as novidades da vida.
Por isso, decide contar uma histórinha:
"Era uma vez ela menina, bem pequena, e o pai, que construiu uma cabana de lençol no quarto.
A mesa de cirurgia era um balde de papel grosso. A Parturiente, uma boneca bebe grande.
O parto foi feito pelo pai, renomado cirurgião (e "ninja faixa preta").
Corte na barriga... os aparelhos faziam "tu, tu, tu". Pressão controlada, e tudo mais que precisa ser checado na sala de operações. Máscaras, luvas, e no final o sangue, que era o um esmalte vermelho.
Da barriga da boneca bebe grande, saiu uma boneca Mônica bem pequenininha.
Os pontos foram dados com a mesma precisão de sempre, e a boneca bebe gigante ficou para sempre com a barriga cortada e costurada."

As cicatrizes, que ficam.
E o amor, que tudo ressignifica, e transforma.
Seja bem vindo!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Momento deslocado de dedicação ao amor que sinto por ti

Sinto nojo e pena quando transpiras carência e suor. De minha parte, medo e um pouco de amor quando percebo que também eu transpiro o mesmo suor. Hoje, o mundo inteiro me devora. Meu quarto parece grande demais. As palavras me escapam, e se não cuido, meus dedos constroem frases e escrevem sozinhos, em dissonância com o pensamento.

Eu, como uma rede em alto mar, tendo e retendo tudo, não deixando nada passar.
Onde foi parar a nossa maravilha em ser artistas, e aquela dor boa de amar? Seca mão, seca boca e finalmente meu corpo é de arame, cerca eletrificada.


Dois Pontos.

Já não se sabe mais se é verão ou inverno, a trilha sonora está trocada, e assim sou capaz de tudo.
Agora eu sei como é o lado de lá, esse ser e estar.
Em teatro e em vida tudo, tudo é abismo. E eu sinto Cigano, teu perfume.

“Este momento
A cabeça presa sob o jugo de metal
Olhando para o fundo da cesta
E depois a queda
Que nos parte em dois”*

Se eras Errante, te digo que também eu corro, Maruja, por aí.
Eu corro, e nos divertimos em uma assustadora ciranda com tudo, tudo a girar.
(E em um sonho alucinado de feriado de finados, uma cela, correntes, sangue e cheiro de pasta de amendoim!)


Eu só quero que saibas que não és só mais um e que tampouco são áridas as terras do meu reino...

*Marat/Sade. Peter Weiss

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