Sinto nojo e pena quando transpiras carência e suor. De minha parte, medo e um pouco de amor quando percebo que também eu transpiro o mesmo suor. Hoje, o mundo inteiro me devora. Meu quarto parece grande demais. As palavras me escapam, e se não cuido, meus dedos constroem frases e escrevem sozinhos, em dissonância com o pensamento.
Eu, como uma rede em alto mar, tendo e retendo tudo, não deixando nada passar.
Onde foi parar a nossa maravilha em ser artistas, e aquela dor boa de amar? Seca mão, seca boca e finalmente meu corpo é de arame, cerca eletrificada.
Dois Pontos.
Já não se sabe mais se é verão ou inverno, a trilha sonora está trocada, e assim sou capaz de tudo.
Agora eu sei como é o lado de lá, esse ser e estar.
Em teatro e em vida tudo, tudo é abismo. E eu sinto Cigano, teu perfume.
“Este momento
A cabeça presa sob o jugo de metal
Olhando para o fundo da cesta
E depois a queda
Que nos parte em dois”*
Se eras Errante, te digo que também eu corro, Maruja, por aí.
Eu corro, e nos divertimos em uma assustadora ciranda com tudo, tudo a girar.
(E em um sonho alucinado de feriado de finados, uma cela, correntes, sangue e cheiro de pasta de amendoim!)
Eu só quero que saibas que não és só mais um e que tampouco são áridas as terras do meu reino...
*Marat/Sade. Peter Weiss
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