O que salva então é escrever distraidamente...."
Clarice Linspector
"Não me peça que eu lhe faça Uma canção como se deve: correta, branca, suave, muito limpa, muito leve... Sons, palavras, são navalhas! ...E eu não posso cantar como convém, sem querer ferir ninguém..." Belchior
Um comentário:
O trabalho de escrever pressupõe uma ferida e
uma perda, um trabalho de luto, cujo texto é a
transformação em uma positividade fictícia.
Nenhuma criação pode ocorrer sem esforço ou
aplicação, sem um penoso esforço sobre o qual
está a pseudovitória. Pseudo, porque essa vitória
só pode durar por um tempo limitado, porque é
sempre contestada pelo próprio autor, que
constantemente deseja começar de novo e, assim,
negar o que já foi feito, negar, em todo caso, que o
resultado, por mais satisfatório que pudesse
parecer, deveria ser tomado como ponto final.
André Green
Postar um comentário