No tempo em que eu era louca, não podia deixar o dia amanhecer. Era preciso dizer tudo agora. Era necessário ordenar com urgência as garantias que eu teria ao concordar em me relacionar com o todo, o resto, o não-eu.
Antes de eu ser louca, porém, em nada me era permitido tocar. As coisas seriam sentidas ou pressentidas e seria fundamentalmente assim que eu passaria a compreender as minhas verdades.
Minhas verdades, sua verdade.
Nossa verdade. Ela, que não existe, e que requer construção.
Agora não estou mais louca. Aprendi a confiar em minha saliva e nos dois dentes que me restaram.
Boa noite.
Ps: com início, meio e fim! Dale!