Como relacionar em uma mesma frase os cheiros e os ares sentidos, os abraços... Como citar as lágrimas sem parecer piegas? Como cultivar segredos sem ser excessivamente secreto e misterioso? Como equilibrar-se entre aceitar os desafios, e entre compreender os limites?
A influência mútua, a troca.
O trabalho que é produto de um processo - de uma sequência de acontecimentos- é único. Ele é a expressão concreta de uma etapa, e ainda, apenas uma parte do processo, se assim desejarmos.
- O bom de não ter sido eu a inventar o mundo, é que descubro muitas coisas que nunca teria podido inventar! O bom também, é que posso adicionar o que penso que falta, posso intervir e transformar, usando modelos como base.
Inventamos-nos mutua e constantemente.
Assim, quando participamos ativamente do processo de construção uns dos outros (influenciando e nos deixando infuenciar pelo entorno), é que resistimos à competição e à inveja. Somente assim, quando nos percebemos parte do processo de outros, e quando percebemos parte dos outros no nosso processo.
Quem copia quem, se temos sempre que nos transformar?
Um comentário:
"Agir, no sentido mais geral do termo, significa tomar iniciativa, iniciar (como indica a palavra grega archein, começar, ser o primeiro e, em alguns casos, governar), imprimir movimento a alguma coisa (que é o significado original do termo latino agere). Por constituírem um initium, por serem recém-chegados e iniciadores em virtude do fato de terem nascido, os homens tomam iniciativas, são impelidos a agir... Trata-se de um início que difere do início do mundo; não é o início de uma coisa, mas de alguém que é, ele próprio, um iniciador. Com a criação do homem, veio ao mundo o próprio preceito de inicío; e isto, naturalmente, é apenas outra maneira de dizer que o preceito de liberdade foi criado ao mesmo tempo, e não antes, que o homem."
p. 190 A Condição Humana, H. A.
Postar um comentário