quinta-feira, 11 de março de 2010

A Poda. Ou a Tosa higiênica.



E assim é. Escrever não é preciso,
mas sem, como pode?
Porque quando escrito, as coisas parecem mais presentes, legítimas. Estão Palpáveis. Eternizadas.
É sempre o velho problema de comunicação.
Eu te digo quem eu sou (ou penso!), e tu me dizes (ou calas!) sobre o que pensas que és.
Não abraçamos, nem sentimos, mesmo que entrelaçados os braços.

...


Eu tento mergulhar na camada mais funda das coisas... naquilo que não fica na superfície, que não é pescado.
Naquilo que emite sons.
Naquela energia de jardins, porões, e carteiras escolares.
Fico naquilo que é sentido, mais do que pensado.

Na rua: os tiros, as sirenes, os caras e as perseguições.
Não muito diferente de aqui dentro... Com tiros, e sirenes.
.
Quem vive, de Verdade?
O que é, viver de Verdade?
Mas de Verdade mesmo. Quem sabe?
Daquele jeito que dá medo a todo momento?
Daquele jeito do Artaud?
?
Da solidão que sente por se saber sozinha
E junto ao mesmo tempo.
.

Nenhum comentário:

Arquivo do blog