sexta-feira, 5 de junho de 2009

?

Nunca sabia o que dizer. Toda vez que chegava na hora... o branco vinha... e... se ficava muda era porque...
Não sabia.

Reescrevia os poemas, defrifava códigos: quanta sutileza de gestos!
"Que manobra radical!", diria ele?
Não sabia.

(podia imaginá-lo imóvel, do outro lado da tela.
Coração aos pulos e o silêncio.)

Teria ele, escutado seus assovios?
Aliás: por onde andava a cotovia de unha vermelha
em pele descalça?
No escuro do elevador,
ou nas dobradiças de dormir?
Não sabia.

Ele excitava sua imaginação,
e a fazia verter-se em lágrimas e suspenses.
Se... de tarde corria
...

Se corresse bem depressa, chegaria sempre antes. A coisa estava tão complicada e vazia, que já não cabia em nada de tão grande, e também de nada servia de tão inútil.
Seria uma espécie de... Elefante branco, eu acho.


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