segunda-feira, 1 de junho de 2009

Da Caverna!

Tinha um gosto estranho esse cachimbo. Ou o ritual todo: a vela, a música e uma colcha de memórias espalhadas, em um espaço imaginário.
A maior dificuldade sempre foi o desejo de apreender aquilo que nos escapa: a covinha, as cores e cheiros, as idéias fugidas não sei de onde...
Tec-tec-tec:
Lembrava-se da chácara da infância, e do frio que sentira naquela noite em que andou na beira do açude. O gosto de morango e terra. O violãozinho da lata de azeite, as ovelhas, e o cheiro de pão feito em casa.

Corta!

E eu poderia te contar que a minha vida é toda ela, toda ela, cheia de cores e texturas. Poderia passar horas tentando te descrever sensações relevantes, e fazendo planos para estudos futuros.
Poderia te prometer os bolinhos de batada da minha mãe, mas... a fonte das minhas idéias secou, e eu tenho preferido as coisas velhas ao invés das novas. Percebo que os desejos são semelhantes entre muitos... e por isso decido continuar escrevendo cerrada assim, dessa forma encarcerada. Oculto os rementes, os destinatários, e fico entre um delírio aqui e um sorriso ali: o cinema me dá vonta de chorar!

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